Wildland border

O dia tinha começado como qualquer outro, o tempo estava ameno e já as neves de inverno há muito tinham derretido, era manhã e nada adivinhava o que este dia mais tarde significaria.

Um homem de estatura média, nos seus 20 anos, com uma armadura de couro feita de proposito a lhe facilitar os movimentos, uma capa com capuz, de padrão semelhante ao da floresta onde se encontrava de modo a se poder camuflar.

Estava armado com um arco curto e tinha uma espada larga e pesada à costas e um facalhão no cinto.

Toda a sua vida, Serentep viveu na floresta, caçando e colhendo o que a natureza lhe proporcionava.

Esta vida tinha tornado Serentep Mebbalir num homem resistente e atento ao que o rodeava, não sendo de estranhar então que desde hoje cedo este reparava que algo não estava bem na floresta.

Havia demasiado silêncio, era primavera e a floresta deveria estar cheia com o barulho da vida a desabrochar mas, no entanto, nem um pássaro chilreava.

Mais à frente, Serentep ouviu passos, mas estes não eram de nenhum animal, retirando uma flecha da aljava e preparando o seu arco, resolveu investigar.

Trepando a um afloramento, viu do outro lado, algo do qual só tinha ouvido histórias, Orcs.

Os orcs eram dois, estavam camuflados com galhos e folhas e vinham equipados com armaduras de couro e bestas leves, traziam nos seus cintos um machado e uma faca de mato.

Orcs eram criaturas malévolas das montanhas que há muito tempo estiveram em guerra com os reinos do homem e tinham pilhado e destruido grande parte destes antes de serem escorraçados de volta para as montanhas.

Estes dois pareciam ser batedores, pelo que Serentep resolveu acabar com eles silenciosamente, pois os orcs eram conhecidos por andar em grupos grandes e mais poderiam estar por perto.

Esperou que se aproximassem do afloramento onde se encontrava em cima, colado à rocha de modo a diminuir o seu perfil ao máximo.

Assim que um deles se aproximou o suficiente largou uma seta na direcção do mais distante e saltou para cima do segundo, sacando do seu facalhão conforme caía.

Aterrou pesadamente nas costas do orc, cravando-lhe ao mesmo tempo o facalhão profundamente no peito, atingido-lhe o coração negro que batia debaixo.

Aproveitando o orc que caia sem vida, rolou por cima deste para amortecer a queda, deixando o seu facão para trás sacou da sua espada e preparou-se para enfrentar o orc que restava. O que não foi necessário pois este tinha a seta espetada na garganta e afogava-se no próprio sangue não tendo mais luta para dar.

Serentep acabou com o orc de forma rápida e misericordiamente, guardou a sua espada e recuperou o seu facalhão e arco, continuando pelo caminho de onde os orcs tinham vindo com o intuito de continuar a sua investigação.

Ponderou se deveria voltar a trás para procurar ajuda, mas se era um pequeno grupo de renegados poderia lidar com eles sozinho, se fosse algo mais, de certeza que não seria o único a seguir este caminho em direcção às montanhas...

"OOC - Bem aqui têm o primeiro freeform, podem participar se quiserem ou podem criar o vosso próprio."

Caminhando pela floresta, o rabugento anão, começou a fungar com o odor nauseabundo que se ia agravando conforme avançava no trilho.
Quando o cheiro começava a ser insuportavel deparou com dois orcs, um com uma seta na garganta e o outro com um golpe aparentemente de lamina cortante no coração.
Tomando mais cuidado, continuou em frente, depois de colocar o escudo e o seu machado de guerra, um sorriso preencheu a sua face coberta de cicatrizes antecipando acção...

Prosseguindo o seu caminho cautelosamente, Serentep continuou na direcção de onde tinham vindo os orcs.

Ouviu atrás de si o que lhe pareceu ser um fungar distante, mas ignorou isso pensando tratar-se de paranóia.

Mais à frente, enquanto se baixava para examinar o que parecia ser uma armadilha de poço dissimulada, um virote rasou-lhe a orelha.

Imediatamente, avistou um orc armado com uma besta, empoleirado num ramo de uma árvore, praticamente imperceptível no meio da folhagem.

Escondendo-se atrás de um tronco largo, preparou o seu arco e retirou uma seta da aljava.

Sustendo a respiração, deslizou para o lado ao mesmo tempo que largava a seta.

O orc já tinha a sua besta preparada mas, felizmente para Serentep, não teve tempo de a apontar cuidadosamente, pelo que o tiro saiu muito fora do alvo.

Este não teve a mesma sorte que Serentep, não só a primeira seta foi certeira, como já estavam mais duas no ar antes de a primeira atingir o alvo.

Ainda o orc não tinha chegado ao chão, já Serentep ouvia os passos pesados de mais orcs a vir na sua direcção, isto não iria correr bem...

Apercebendo-se da fuga dos animais, fugindo da zona para onde se dirigia, veio confirmar as esperanças do anão que acelerou o passo na ansia da batalha, grunhindo de prazer e volteando o machado para lhe dar mais impeto.

Voltando novamente para trás do tronco, Serentep colocou mais uma seta no arco e considerou as suas opções.

Pelo som, vinham na sua direcção mais de uma dezena de orcs e o único sitio por onde poderia fugir seria pelo mesmo caminho de onde veio.

Olhando para esse caminho, avistou um anão a brandir um machado e a avançar em direcção ao som do orcs. Os anões eram conhecidos por odiar orcs acima de tudo o resto pelo que concluiu que este seria um aliado na luta que se aproximava, nem que fosse um aliado temporário.

Um plano formou-se na sua mente, fez uma série de sinais com a mão, chamando a atenção do anão, indicando a direcção de onde vinham os orcs, quantos eram e que planeava os flanquear. Avançou de seguida, silenciosamente, para a direita, com o arco na mão, contornando os orcs que avançavam ruidosamente, utilizando a cobertura natural da floresta para que estes não o avistassem.

Esperou que os orcs passassem por si e antes que estes reparassem no anão que carregava contra eles, disparou duas setas, uma a seguir à outra e antes que atingissem os respectivos alvos, gritou: "Aposto que não me apanham!!!". Correu para detrás de uma árvore, largando o seu arco e rolando para trás de um arbusto sem que o vissem, sacou do seu facalhão e preparou-se para atacar o primeiro orc que surgisse.

Soltando o grito de guerra do seu clã, investiu sobre os orcs, o machado volteando loucamente ceifando orcs, qual ceara madura, era mesmo disto que estava a precisar, só receava que os orcs não dessem para todos, pois o tipo que lhe tinha feito sinais já estava a fazer estragos...

Como esperava, a maior parte dos orcs desviou a sua atenção para si, pelo que não deram pela investida do anão que os apanhou completamente de surpresa.

Mesmo com aqueles que o anão tinha ceifado, mais os que deram pela carga deste e se viraram, Serentep ainda tinha mais do que orcs suficientes no seu encalço.

O primeiro orc irrompeu por detrás da árvore em direcção ao arbusto, com as duas mãos no seu machado, levantado no ar.

Serentep avançou por debaixo do machado, empunhando a faca na sua mão esquerda e antes que o orc reagisse cravou a sua faca na barriga do orc, usando o seu próprio balanço para o esventrar, enquanto avançava pela esquerda deste, passando por baixo do seu antebraço ainda levantado, sacando da espada com a mão direita.

Mesmo a tempo, pois outros dois orcs vinham pelo mesmo caminho na sua direcção. Deflectiu o ataque do primeiro com a espada, deixando-o desequilibrado, enquanto o que tinha despachado deslizava da sua faca. Bloqueou um ataque do segundo com a faca, que tinha avançado para a sua esquerda, pontapeou o joelho do primeiro para o manter fora de balanço. Espetou com a espada na direcção do da esquerda conseguindo ferir-lhe a vista enquanto que colocava a faca numa posição em que pudesse bloquear o ataque de cima para baixo que o orc da direita já tinha iniciado, cortou com a espada à altura do abdomen ao mesmo tempo que bloqueava com a faca, obrigando o orc a largar o machado e encolher a barriga para evitar um golpe profundo, imediatamente aproveitou-se da situação, partindo o nariz do orc com uma poderosa joelhada. O orc da esquerda voltou à luta ainda a sangrar de um dos olhos, agarrou o seu machado com as duas mãos e deu uma poderosa machadada diagonal. Serentep deflectiu o ataque o melhor que pode com a sua faca, por pouco não a perdendo, enquanto que enfiava a espada entre a clavícula e o trapézio do orc de nariz partido, encontrando os seus pulmões. Largou a espada, enganchou a faca no machado do orc da esquerda e deu-lhe um pontapé rotativo na cabeça deixando-o atarantado, seguindo este ataque com um poderoso gancho de mão direita que deixou o orc sem sentidos.

Recuperou a sua espada e o seu arco e avançou na direcção do anão para ver se este precisava de assistência.

A explosão de movimento terminou, deixando o terreno juncado de cadaveres, para desespero do anão, que se apercebia da efectivação dos seus piores receios, os orcs eram mesmo poucos e o homem tinha dado cabo da diversão, não soubera poupa-los, que frustração...

O anão não precisava de assistência, obviamente era um lutador experiente, seria bom tê-lo como um aliado.

Limpando as suas armas no corpo de um orc e guardando-as, avançou na direcção do anão.

Antes que pudesse proferir uma palavra, um dos orcs atrás do anão levantou-se e tentou atacá-lo pelas costas.

Reagindo sem pensar, Serentep sacou o seu facalhão do cinto, agarrou-o pela ponta da lâmina e atirou-o por cima do ombro do anão, enterrando-o entre os olhos do orc.

Ao sentir movimento atras de si rodou ceifando num movimento circular o orc que caia com uma faca espetada entre os olhos.
Já não faziam orcs como antigamente, estes já vinham como haviam de ir.

Serentep aproximou-se do anão, baixando-se para recolher a sua faca. A qual limpou e guardou.

- Agradeço a ajuda. O meu nome é Serentep e tu como te chamas? - disse este para o anão.